Fome de presença
Concordo com a Clarisse Lispector quando ela diz que a fome de presença é a mais insuportável. A barriga não “ronca”, a pressão não baixa, mas fica um igual vazio. Falta um recheio açucarado, uma pimenta, um sal... Imagina se for a presença de alguém que você não conhece ainda... Você nunca se sacia, nunca se encerra a sua jornada de degustador do mundo. Se há uma dinâmica caótica onde buscamos resultantes através de variáveis que denotam uma certa insensatez, embora nos conduza para nós mesmos, não sei... No fundo, essa fome é uma busca por espelhos que nos digam como somos lindos e especiais, mesmo quando não é dito. O vidro aparentando rigidez, na verdade é fluído de uma maneira peculiar e pouco compreendida. Há dias em que a folha espelhada nos revela como monstros primitivos com um olhar cruel e egoísta. Nem sempre estamos bem humorados... Há dias para sermos a manifestação humana de Zeus, tão irresistíveis como um dia de sol à beira mar. E tantos são os dias de normalidade nos quais somos um pouco de tudo isso. Quem resiste à fome de alguém como testemunha? Alguém que chegue tão perto a ponto de arriscar se ferir nos nossos defeitos para depois se curar nas nossas virtudes...
Comentários
Me lembrei daquela frase: "Saudade do que não vivemos ainda".
Sinto bastante isso. Acho que é o motor da melancolia.
Maninha, te amo!
Nossa me identifiquei nesse texto...!!
É exatamente como tenho me sentido...não sei se é bom ou ruim mas...hehee...!!!
Adorei...!!
Bom estar de volta postando no seu blog que está cada vez melhor...!!!
Um beijo
Beijocas.